domingo, 7 de dezembro de 2008

Re-pouso




Não sei não, mas ultimamente
Quando você me olha fundo e castanhamente
E quando me beija lento nos entrementes
De um abraço apertado
Dedos enlaçados
Carinho sussurrado,
Eu me inundo até as bordas de um algo
Que vivo lhe contando através de silêncios:
Um querer forte de ternuras
De você ser livre
Mas uma liberdade boa
Feito andar na praia sozinho
E sentir os ombros quentes de um sol ainda brando
Ainda amarelo-clarinho
Bocejando.
Um querer assim de você ser bom
De você exercer sempre essa gentileza
Que lhe existe aos montes, em tudo o que é tom
No de seu olho, de sua pele, de sua voz
E no branco do seu sorriso bonito.
O querer último
Declarado e infinito
É o meu bem-querer mesmo
De te querer tanto e sempre bem
Só pra prolongar essa gargalhada
Só pra você respirar maciozinho
Esses respiros bons da madrugada
Quando o sono é mais puro e pleno.

Porque você é feito passarinho
De asa crescida pro vento, o sereno
Que eu quero que voe alto, viva, ouse
Mas que depois pegue de novo o caminho de mim
E se achegue, mansinho, e descanse:
Re-pouse.


(02/12/08)

17 comentários:

la fille au verre d´eau disse...

que lindo!
=)

C. disse...

"Mas que depois pegue de novo o caminho de mim
E se achegue, mansinho, e descanse:
Re-pouse"

"um algo
Que vivo lhe contando através de silêncios"

aai, que coisa mais linda, menina!



deixa eu tentar te dizer que não é fácil comentar um algo que me bate quando chego no teu cantinho: uma coisinha de aconchego, essas palavras cheinhas de carinho e um jeito cheio de delicadeza pra dar a elas o ponto certo... fascinante.

obrigada pela visita.
sempre me alegra ^^

Márcio Jorge disse...

É sempre bom re-pousar nesse blog divinamente poético!
Beijo,
Márcio.

Daniel. disse...

q declaração de amor! mas não qualquer amor, um amor sublime e transcendental, aquele que diz "voe e seja livre". mas é raro de ver coisas assim, a maioria dos casais são unidos por uma paranóia mutua cuja solução está longe de ser a união de ambos. e as vezes é patológico, vontade de aprisionamento, e aniquilamento do "outro". mas que a vida seja um eterno aprender a amar.........

Unknown disse...

caraca daniel...seu comentário seria o meu...faço das suas palavras a minha também.
mileninha sempre fantástica nessas colocações. bjus

Sou aquilo que se vê. disse...

que texto lindo!
sem dúvida, passarei por aqui mais vezes.

VaneideDelmiro disse...

Sabe que sempre venho com minhas asas (re)pousar aqui... Pouso é também sinal de ninho.

Adorei tudo, mas a idéia do sol bocejando é muito cativante, como a tua poesia.

Aguardo o teu pouso em João Pessoa.

Anônimo disse...

Lindo, como sempre. :)
Beijos pra você.

monica disse...

ai que lidinho milena!
como é bom a gente ter um bem-querer :)
que delicinha!

beijão!

Vinicius Langa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Frida Salobra disse...

Milena,

se a gente escreve para juntas os pedacinhos, não sei...

Mas que a tua poesia inspira... isso eu posso dizer que sim...

adorei o blog!

beijocas!

flor.

Daniela Parajara disse...

Nossa!
Toda a vez que leio você, é como se lesse meus pensamentos só que de forma muito mais linda e tocante.

Parabéns sempre... SAUDADES!
;*

Anônimo disse...

belo e leve.. feito as penas desse pássaro que você nos diz..

Gabriela Galvão disse...

Mi (Ah, c jah eh 'Mi', tah?!),

Tão bom que nego ñ quisesse ser nosso dono (sem aspas!), mas uma coisa assim...

Bisous lindinha

Renata Mofatti disse...

Lembrei Cecília Meireles: "Liberdade – essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda".
E nessa liberdade, o passarinho vai voar, viver, ousar e depois... para o ninho... voltar e repousar!!!

Anônimo disse...

tenho muito orgulho de ti, amora. tuas palavras sensíveis sempre fazem bem, sempre encantam. tu é doce, uma fofura, sempre foi :) um beijo amorinha!

Anônimo disse...

Milena, incrível. Por favor, vá correndinho publicar isso em algum livro.