sábado, 19 de setembro de 2009

Rio Revisited



Para Amélia Barretto


Rio
De um janeiro longínquo
Rio de cristos, de vincos
Na minha existência
Vê se me explica
Se renda
Em todas as suas facetas
E estreite suas alamedas
Até o alcance da envergadura
De meus braços abertos
Que é pra eu sentir a superfície dura
Desses seus segredos.
Deixe-me ir andando e sentindo
Com atenção de ponta de dedos
De um lado o chapisco
A fuligem, o risco
Do outro as curvas das morenas
Dos arcos da Lapa, o riso
A Urca, o mar de Ipanema
E todas as coisas que se tocam:
A bossa, o samba, os corpos
Com suas bocas e falos
Ventando seus mistérios, seu som
Seu tom - Antônio Carlos.
Rio, é sério:
Você, que é tão grande que não coube
Em só uma canção
Foi se alojando, santo e ébrio
Sem sobras e sem cerimônia
Nas minhas horas
Memórias
Meus foras
E meu coração.

6 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma vez, ótimo ritmo.

As assonâncias vão se encontrando sem esforço e, ainda por cima, chegam até as imagens que ficam bonitas que só.

Paixão, M. disse...

Tiago, muito obrigada!

é bom sabe que nossas palavras conseguem despertar sensações e imagens nas pessoas =)

valeu! grande abraço!

Léo Fardim disse...

ja comentei no encuca, mas vale apena afirmar.
muito bom, seus textos literalmente
"chegam até as imagens que ficam bonitas". muito lindo Milena.
estamos esperando mais.
grande beijo.
: )

Roberta Malta disse...

Continua assim milena, que seus braços são grandes o suficiente e sua envergadura curva o bastante para que nos encante com mais "revisitações" e com mais de suas horas, segredos, memória e coração de poeta.

beijo grande

Anônimo disse...

eu enm tenho o que comentar..quando eu li juro que chorei.é como se ela entrasse no meu mundinho e soubesse decifrá-lo sem esforço. :)
muito lindo!!!!
obrigada por tudo mileninha,bjs!!!
amei!

Anônimo disse...

ah....eu to sem blog..rs.Esqueci,quem fez o último comentário fui eu Amélia...rs
:**