terça-feira, 17 de junho de 2008

Soneto de Aprisionamento




Eu decidi armar uma arapuca
Não, foram quatro em fila reta assim
Porque queria (e achava ideia astuta)
Um tuim, anum, pardal e um chapim

É claro que a empreitada foi em vão
O canto provocando do passaredo
Não foi, compositor, má intenção
Foi só pra terminar o meu soneto

Mas foi-se o bem-te-vi, que não mais vi
Ligeiros juriti e o trigueiro
Voaram o sanhaço e a viúva

Até quem enfim, vencida, eu percebi:
Não posso por palavras num poleiro
E desisti de vez de ser Neruda

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(soneto frustrado sobre minha incapacidade de fazer sonetos, rs)



11 comentários:

Renata Mofatti disse...

E as palavras voam, minha cara!!! Mesmo que aprisionadas... E elas estão dentro de ti, em sua vontade de fazer soneto rsrsrs

Alex Theodoro disse...

Arapuca não é lugar de passarinho,
Soneto não é lugar de palavras.
Fez bem em deixar aberta a porta de ambos.

abraço.

Marcelo Grillo disse...

Também sou um incapaz nessa arte... Mas há muitas formas de soltar as palavras e encantar os leitores...

Anônimo disse...

tudo bem, não sei diferenciar sonetos das outras coisas. só sei que é bonito.

henrique disse...

Não necessariamente sonetos são gaiolas... pode-se pensá-los como um traje de gala, o qual só se veste em dia de festa mesmo. E pra vestir um desse é necessário preparar-se o dia todo... Com os sonetos dá-se de modo análogo.
Mas ficou lindo o seu soneto, parabéns MAIS UMA VEZ. (:

Anônimo disse...

posso invadir e falar que eu gostei muito do jeito que você usa as palavras? ta, posso! aeiuheaihiua

parabéns moça! voltarei sempre aqui para ler :)

beeijo =*

Anônimo disse...

muito bom, sabia que ia gostar quando me contou a historia amore...
ficou muito bom!
bjos

p.s. perdão mil vezes pela errata!!!, mas já acertei o nome!
:$

Kamila Zanetti disse...

mi,só vou conseguir elogiar se eu falar um palavrão daqueles!
mas você me entende.

Blog Clarice Lispector disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Blog Clarice Lispector disse...

Bonito texto, uma escritora potiguar chamada Zila Mamede gostava muito de escrever sobre natureza de uma forma geral.

Recomendo, é muito bom.

Marcelo Grillo disse...

"Não posso por palavras num poleiro...". Belo e original jeito de dizer-se incapaz de fazer poesia. O que não é o seu caso.
Marcelo Grillo