
Bom dia, poeta
Estou, sim, com pressa
Não posso parar
Pra dedo de prosa
Não vê que eu levo
Com muito cuidado
Na asinha esquerda
Uma bela rosa?
Bem sei que esse assunto
Sempre lhe interessa
E talvez lhe rendesse
Um soneto de amor
Mas faça o favor
Não puxe o rabinho
Da minha casaca
Pra me amarrotar
Nem feche o caminho
Que faz diferença
Até um segundinho
Se eu me atrasar
E o meu chapéu jaca
Prum ar mais charmoso
Não amasse com tapas
Poeta teimoso!
Só deixe-me ir indo
Que tenho eira e beira
Que tenho destino
E não posso parar:
Eu tenho pingüinha
Pra ir cortejar
Lá na geladeira
Do Seu Serafim
(taí o endereço)
E ficamos assim:
Procure-me lá
Que até lha apresento
(tão linda e formosa
foi feita pra mim)
Mas só não se engrace
Com fala melosa
Que fico nervoso
E ponho-lhe um fim:
Corto-lhe o papo
Dou-lhe um sopapo
Ou eu não me chamo
Joaquim, o pingüim.
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Essa poesia é uma resposta à poesia/música "O Pingüim", de Vinícius de Moraes, e um presente especial à Nayara, minha querida mocinha mal-humorada.
(e, sim, com todos os tremas cabíveis! rs)