quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Das Delicadezas




Alamanda fora do galho, se tiver botão desenganado na haste, ponha em copo de geléia com dois dedos de água. Deixe sobre uma toalha de renda e não fale muito em volta. Quase esqueça. A flor amarronzece, se acanha e a corola cai. É ignorar, que logo o botão sente ímpetos, se espreguiça no silêncio, acaba abre: pétalas. Ternura hasteia suas bandeiras o dia inteiro no enquanto isso das pessoas. Vide borboletas do manacá desempupando, besouros de esterco trabalhando, a arquitetura das sementes de cipó.


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3 comentários:

Kamila Zanetti disse...

Ai Mi,tão lindo.
não tenho palavras delicadas pra expressar,rs :)

beijos!

Flávio Borgneth disse...

Receita branca de ver o virar. Livro grande morando no copo de flor do canto... Me lembrou um lenço que vi numa loja com uns desenhos de gente nascendo e morrendo de maneira muito bonita.
Gostei! Achei novo, não sabia dessas gavetas. Dos mais bonitos.

Marcelo Grillo disse...

Ora, ora, e eu que fiz Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas não sabia dessas delicadezas das alamandas, nem da sua condição de Doutora. Nessa condição, a flor é moribunda. Silêncio e água fazem sempre bem. Dão sobrevida. Também assim é o amor. Mas nesse sou apenas aprendiz. Muito, muito lindo, guria. Denso, muito denso, eu diria.