terça-feira, 15 de abril de 2008

Blusa de Frio


Blusa de frio
Em dia de chuva
É feita pra dar abraço
Daqueles de neles se perder
E é só essa a razão de ser.
Blusa de frio em menino
Cor escura, cheiro de amaciante
Invadindo as narinas, bailarino
Abraço rente, autocolante.
Vá embora não, seu tratante
Que ir embora assim é ultrajante
É pedante, desinteressante!
É desodorante
Esse cheiro de brisa?
E esse cheiro seu?
De terra, mas uma terra só sua
De lua
Cheiro de coisa vã
Avelã
Sumo de maçã
Ah, chega mais, minha parede de lã
Que lhe faço uma proposta
Livre comércio
Escambo
Do meu gosto de canela
Pelo seu de hortelã.
Só não troque o caminho
Não me olhe de canto
Que isso não se faz, menino
Que isso não é troca sã:
É só seu jeito cretino
De me deixar nessa chuva fria
Casaco fino, mãos vazias
Tiritando de febre malsã.

Um comentário:

Renata Mofatti disse...

Poesia que cai como cobertorzinho (de lã) de orelha...