terça-feira, 15 de abril de 2008

Pensa que eu não sei.


Clarice é uma moça bonita demais. E por ela um amor de deixar estar. Clarice não é hermética nada, ela diz que se entende, ela fecha os olhos na varanda com plantas no murinho, só pra sentir a brisa e balançar-se pra frente e pra trás feito flor. Essa última parte eu inventei porque é o que eu faria. E se ela pode falar sem a menor cerimônia das coisas que sinto, eu também posso, Clarice, me dá licença, falar de você. Porque se seus olhos amendoados são janelas de vidro fosco pro seu coração, você de olhos fechados me dá assim uma ternura, você fica parecendo alguém que eu conheço e apalpo. É que por trás desse garbo de Greta, desse batom encarnado, o que tem é uma cara de estar gostando do vento, ou de cheiro de coisa quente no prato, coisa que também sinto, algo que também faço.

2 comentários:

Renata Mofatti disse...

Clarice não só te dá licença, como também te agradece!!!

Débora Oliveira disse...

Humm...suspirei!